terça-feira, abril 30, 2024
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SARNEY DESISTE…

sarney1Aos 84 anos, e 60 anos de política o ex-presidente da República, José Sarney desistiu de concorrer à reeleição ao Senado pelo estado do Amapá. A decisão do senador surpreendeu inclusive os funcionários no gabinete em Brasília. A presidente Dilma foi a primeira, a saber, da aposentadoria. Oficialmente, os problemas de saúde da mulher, Marly, foi o motivo. Na verdade, pesou o receio de um vexame eleitoral nas urnas. Há anos Sarney enfrenta um desgaste político, amplificado com as vaias recebidas na cerimônia do programa Minha Casa Minha Vida, na segunda-feira. A viagem com a presidente Dilma Rousseff a Macapá foi um último teste para ver se a candidatura se sustentava. O ex-presidente era considerado um intruso desde que transferiu seu domicílio eleitoral do Maranhão ao Amapá.

O declínio começou em 2009, logo após Sarney sentar pela terceira vez na cadeira da presidência do Senado. À época, estourou o escândalo das nomeações por meio de atos secretos da Casa. Sarney foi blindado por Lula, mas viu aumentar sua rejeição popular. O “fora Sarney” se multiplicou nas redes sociais. No governo Dilma, manteve cargos, mas viu sua relevância diminuir. Hoje a família Sarney perde prestígio até no Maranhão, origem política do clã.

Sem mandato, mas com poder.: José Sarney sai de cena na política nacional, mas isso não significa que sua influência tenha chegado ao fim. O que muda é o cenário. Adversários do clã do senador no Maranhão preparam-se para o retorno do velho líder ao Estado, onde ele deve tomar a frente na campanha de seu candidato ao Palácio dos Leões. Foi lá, em 1966, que ascendeu na vida pública, eleito governador com 60% dos votos válidos. Desde então, sua família se perpetuou no poder. A hegemonia, no entanto, corre risco. A atual governadora, Roseana Sarney (PMDB), herdeira do ex-presidente, voltou a ter a imagem corroída desde o fim do ano passado, quando uma crise atingiu o sistema prisional e chegou às ruas. Roseana ensaiou a saída do governo para concorrer a senadora, mas voltou atrás em abril. sarney marrapa

Em paralelo, o principal candidato de oposição, Flávio Dino (PC do B), conseguiu reunir em torno de si uma espécie de frente anti-Sarney. A coligação tem nove siglas, inclusive o PSB de Eduardo Campos e o PSDB de Aécio Neves, rivais no âmbito federal.

– Sarney decidiu deixar o Senado em razão do enorme desgaste que enfrenta no Amapá e do risco que corre no Maranhão. Não temos dúvidas de que vai concentrar todas as energias aqui. Vai se jogar com tudo – avalia Dino. Coincidência ou não, Sarney foi vaiado várias vezes em Macapá (AP) em evento ao lado da presidente Dilma Rousseff. Ao mesmo tempo, no Maranhão, cresce a insatisfação de parte da população.

– Os maranhenses estão se dando conta de que não ganharam nada com todos esses anos de Sarney no Senado – diz a deputada estadual Eliziane Gama (PPS). A parlamentar, que engrossa o coro dos críticos do sarneysmo, afirma que ainda é cedo para avaliar o real impacto da reviravolta. Dino tem certeza de que Sarney, na prática, acabará coordenando a campanha de Edinho Lobão (PMDB), filho do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), ao Executivo estadual.

E não parece nada satisfeito:

– Sarney continua sendo Sarney. Não podemos subestimá-lo – pondera Dino.

Fonte: Zero Hora com edição/síntese do ParaibanoNews.Com

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